O impacto causado pela doença chinesa trouxe prejuízos ainda inestimáveis e que refletem em todos os setores econômicos. Como dito anteriormente, até os considerados essenciais sofreram com o desaquecimento da economia, inclusive para o segmento atacadista e distribuidor de Mato Grosso (Sincad-MT). O presidente da entidade sindical, Sebastião dos Reis Gonçalves, foi o entrevistado do projeto “Segmento Representado” da Fecomércio-MT e revelou como a entidade tem atuado neste momento e o que esperar para os próximos meses durante esta terrível crise que assola a economia global.
Quais os impactos sofridos pelo segmento Atacadista e Distribuidor de Mato Grosso neste período de pandemia da Covid19?
O setor atacadista como um todo acabou sofrendo devido o desaquecimento da economia de forma geral, resultando na perda de faturamento. Porém, o setor atacadista de alimentos, higiene pessoal e produtos de primeira necessidade, acabaram se mantendo. No início, até o segmento de alimento teve um incremento, mas depois acabou estabilizando.
O que o Sindicato tem orientado para o combate e prevenção ao contágio da doença no comércio na região?
O setor atacadista, em sua grande maioria, trabalha com produtos de primeira necessidade, então ele não parou desde o início, amparados pelo Decreto Federal nº 10.282. Não obstante a toda essa situação, ele tem buscado orientar as empresas do segmento atacadista, para seguir as normas priorizando a saúde de seus colaboradores. O Sincad-MT por sua vez, divulga a todas as empresas o protocolo de segurança, ressaltando a importância da utilização de equipamentos de EPIs, principalmente sobre a obrigatoriedade do uso das máscaras de proteção, higienização das mãos sendo com água e sabão, como também do álcool em gel. No caso de colaboradores que estão na linha de frente como motoristas e entregadores, a orientação para prevenção é ainda maior.
As decisões tomadas por nossos governantes (municipais e estadual) têm sido apropriadas até o momento?
Observamos que existe uma certa dificuldade de alinhar os pensamentos e estratégias entre o governo estadual e alguns municípios, mas acreditamos que todos estão trabalhando para melhoria das condições de saúde pública, buscando ter mais vagas em UTIs para atendimento da população nos casos mais graves, principalmente. Sabemos das dificuldades na compra de equipamentos e toda essa situação que tem envolvido o momento atual. Mas, é preciso priorizar a questão da distribuição dos medicamentos no tratamento da Covid-19, principalmente no início. Temos vistos alguns municípios que tomaram essa decisão acertadamente, promovendo a compra e fornecimento desses kits de medicamentos, auxiliando a população no tratamento da doença.
Qual o papel do sindicato nas diferentes esferas de atuação para superar a crise?
O Sincad-MT tem trabalhado junto as entidades públicas e privadas, principalmente o Governo do Estado e a Fecomércio, buscando primeiramente maneiras de continuar a sua atuação, que é levar os produtos de primeira necessidade a todo Mato Grosso, atendendo ao varejo. Porque o setor atacadista faz parte da cadeia de abastecimento, ligando a indústria ao varejo. E o principal papel do Sincad-MT para superar a crise foi continuar ativo levando alimentos, medicamentos, produtos de higiene pessoal e limpeza, a todos os municípios do estado de Mato Grosso.
Como a entidade vê o papel da Fecomércio-MT neste período de pandemia?
O Sincad-MT vê a Fecomércio totalmente atuante perante essa situação no período da pandemia, buscando atender a todos os seus sindicatos, principalmente nas demandas dos setores mais impactados, que inclusive estão sem poder exercer suas atividades devido à pandemia.
Qual o papel do dirigente sindical neste momento?
O papel do dirigente sindical neste momento é buscar estar mais próximo a sua categoria ao qual a sua entidade representa. Buscando levar informações a sua base, procurando orientar sobre as principais mudanças tanto na esfera política quanto na esfera judicial. E também, atualizar o setor sempre que necessário, com relação aos temas que vem sofrendo mudanças na legislação municipal, estadual e federal.
O que o setor espera para os próximos meses?
Infelizmente, observamos que a pandemia tende a se perdurar por mais alguns meses. Acreditamos que haverá uma desaceleração mais para o final deste ano. E o nosso setor vai continuar firme e forte no seu papel, que é o de levar mantimentos, unir os produtos fabricados pelas indústrias ao varejo. Então, esperamos que nos próximos meses as coisas melhorem, e após o declínio aí dessa curva de contaminação, o comércio possa abrir suas portas normalmente e que as pessoas possam ter mais segurança para realizar suas compras. Com esse cenário mais positivo voltarmos a aquecer a nossa economia.