Endividamento aumenta entre cuiabanos, mas contas em atraso diminuem

Banner_-_Endividamento aumenta entre cuiabanos, mas contas em atraso diminuem

O número de famílias endividadas em Cuiabá voltou a crescer em maio de 2025, alcançando 85,4% dos lares da capital. O dado é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar do avanço mensal de 1,6 ponto percentual (p.p.), o índice ainda é menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando chegou a 87,2%.

Em números absolutos, 178,1 mil famílias cuiabanas declararam ter algum tipo de dívida — incluindo cartão de crédito, empréstimos, cheques, boletos ou prestações. Destas, 21,1% estão inadimplentes, ou seja, com pagamentos em atraso. Esse percentual representa uma leve queda em relação a abril, quando a taxa era de 21,7%.

Para o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, o cenário indica que, mesmo com o aumento no número de endividados, as famílias estão conseguindo manter o controle dos pagamentos:

“O aumento mensal no endividamento, junto à queda no número de inadimplentes, demonstra a capacidade das famílias cuiabanas de consumir a prazo e, ainda assim, manter suas contas em dia. Isso contribui para movimentar o comércio e os serviços locais, setores essenciais para a economia da capital e do estado.”

A pesquisa também revelou que a maior parte das famílias (71,2%) compromete entre 11% e 50% da renda com dívidas. Outras 19,5% gastam até 10% do orçamento com compromissos financeiros, enquanto apenas 8% afirmam ter mais da metade da renda comprometida.

Entre os tipos de dívida, o cartão de crédito lidera com folga, presente em 82,1% dos casos. Os carnês aparecem em segundo lugar (23,5%), seguidos por modalidades como financiamento de veículos (4,6%) e de imóveis (3,7%).

Segundo Wenceslau Júnior, a queda na participação de financiamentos de longo prazo reflete o impacto dos juros altos no consumo:

“É importante observar como os financiamentos de bens como casas e carros vêm diminuindo, o que evidencia a taxa básica de juros influencia o comportamento de consumo das famílias. Muitos consumidores optam por prazos mais curtos ou evitam se comprometer com dívidas de longo prazo como ocorre na compra de bens duráveis”.

Em maio de 2024, por exemplo, os financiamentos de veículos representavam 6,2% e os de imóveis, 4,4% do total de dívidas — patamares superiores aos atuais.

Entre os inadimplentes, 4,3% declararam não ter condições de pagar suas dívidas em atraso. O tempo médio de atraso é de 55 dias. Entre esses casos, 34,1% das dívidas estão em atraso há até 30 dias e 33,1% há mais de 90 dias.

O Sistema S do Comércio em Mato Grosso, composto pela Fecomércio, Sesc, Senac e IPF-MT, é presidido pelo empresário José Wenceslau de Souza Júnior. A entidade é filiada à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que está sob o comando de José Roberto Tadros.

COMPARTILHE