O número de cuiabanos com dívidas, seja com cheques pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnês de loja, prestação de carro e outros, registrou, em outubro, o terceiro aumento consecutivo, atingindo 71,2% das famílias na capital. Realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Fecomércio-MT, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) é maior na comparação com o mesmo período de 2019, quando, na época, alcançava 63,4%.
Com relação ao número de inadimplentes, ou seja, quando o consumidor não honra suas obrigações financeiras, esta foi a quarta queda observada na pesquisa, tanto para aqueles que possuem contas em atraso, saindo de 42,4% em junho para 36,1% em outubro, quanto para aqueles que não terão condições de pagar, que registrou 17,2% também em junho e passou para os atuais 13%.
A melhora dos índices reflete, segundo o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, a recuperação da economia, em paralelo à contribuição do governo federal por meio do auxílio emergencial. “A ajuda do governo federal durante o período de pandemia aliada às linhas crédito oferecidas à população pelas instituições financeiras contribuíram para a recuperação do consumo, ajudando, inclusive, no pagamento das despesas das famílias”, garantiu ele.
O uso do cartão de crédito lidera como principal tipo de dívida das famílias na capital mato-grossense, com 70,2%, maior do que o registrado no mês passado (69%) e no comparativo com outubro de 2019 (69,5%). O uso de carnês, que aparece em seguida, apresentou leve aumento de 37,1% em setembro para 37,3% em outubro, além de ser 1,2 ponto percentual maior do que o verificado em 2019.
O tempo comprometido com dívidas recuou pela terceira vez, ou seja, as famílias passam, em média, sete meses vinculadas a uma dívida parcelada. Aproximadamente uma em cada quatro famílias (24,7%) possuem dívidas parceladas por mais de um ano.
Já sobre a parcela da renda comprometida, o indicador mostrou um percentual considerado aceitável para os especialistas em finanças pessoais, de 22,8%. José Wenceslau conclui que o consumo consciente e de forma responsável vem ocorrendo desde fevereiro de 2017, quando as famílias da capital passaram a comprometer menos de 30% da renda total.