O aumento no endividamento é importante para a economia, pois mostra que a população está tendo condições de assumir dívidas, diferente de inadimplência, quando o consumidor deixa de pagar as contas.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) apresentou, em outubro, aumento de 1,8 ponto percentual (p.p.) no número de famílias endividadas sobre o mês anterior, totalizando 89,6%. O levantamento realizado pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisado pelo Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MT) revela, ainda, que o índice atual está 15,3 p.p. maior sobre outubro do ano passado, quando registrava 74,3%.
De acordo com o IPF-MT, o aumento no endividamento é importante para a economia, pois mostra que a população está tendo condições de assumir dívidas, diferente de inadimplência, quando o consumidor deixa de pagar as contas.
Sobre isso, a inadimplência na capital foi a terceira queda consecutiva no índice, totalizando 22,3% das famílias com contas em atraso, o menor percentual desde abril de 2012. Ou seja, dentre as 183 mil famílias com dívidas na capital, cerca de 45 mil estão endividadas com contas em atraso, ou seja, estão inadimplentes.
Ainda conforme análise do IPF e os dados apresentados, quando averiguado somente os que possuem contas em atraso, há uma queda de quase 3 mil famílias entre os meses de setembro e outubro. Já quando avaliada a diferença anual, a queda é maior, ultrapassando 14 mil famílias.
Para o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, “quando observado o crescimento no endividamento e uma diminuição no número de famílias cuiabanas com contas em atraso, podemos afirmar a capacidade que elas estão tendo de arcar com suas dívidas e, de certa forma, o controle financeiro com o uso do cartão de crédito para consumo, o que contribui para aquecer a economia da cidade”.
O cartão de crédito segue sendo o principal tipo de dívida das famílias (83,8%), com uma leve diminuição em relação ao mês de setembro, quando sua participação era de 86,8%. Logo em seguida, aparece os carnês/boletos, com 21,7%, e o crédito consignado, com 4,9%. Os demais tipos variam entre 0,5% e 4,4%, como o financiamento de carro (3,9%).
Em relação a renda mensal comprometida com dívidas, 15,9% das famílias possuem comprometimento até 10% da renda, outras 74,5% das famílias afirmaram ter dívidas que variam entre 11% e 50% da renda, além disso, entre os inadimplentes, 49,2% acreditam que irão pagar parcialmente as contas em atraso e 26,2% disseram conseguirão pagar totalmente.
Wenceslau Júnior também destaca o nível de endividamento cuiabano superior à média nacional e, ao mesmo tempo, o percentual de famílias com contas em atraso menor que o averiguado no país. “A tendência de queda na inadimplência entre os cuiabanos vem ocorrendo desde julho deste ano, o que reforça a melhora das condições econômicas por parte das famílias, ao passo que a disponibilidade do crédito também é muito positiva, incentivando o consumo”.
Na avaliação do país, 76,9% das famílias se mostram endividadas no mês de outubro, os que possuem contas em atraso, passaram de 30,2% no mês anterior para 29,7%, sendo o cartão de crédito o principal tipo de dívida, com participação de 87%.