Sindicato de gêneros alimentícios bem representado contribui para o bom desempenho do segmento em meio à pandemia

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Um dos poucos segmentos do comércio varejista a se manter aberto desde o início da pandemia, os mercados e supermercados ajudaram a sustentar a economia mato-grossense. No “Segmento Representado” desta semana, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga), Kassio Rodrigo Catena, explica que apesar do aumento nas vendas, os problemas também acompanharam a classe empresarial na mesma proporção. À Fecomércio-MT, Kassio Catena fala ainda que a atuação do sindicato neste período, em todas as esferas e em todos os níveis de atuação, contribuiu para fazer da entidade ainda mais representativa, e que também pôde contar com a atuação da nova gestão à frente da Fecomércio em Mato Grosso.

Apesar de ser considerado atividade essencial, quais foram os impactos da pandemia para o segmento supermercadista?

Nosso segmento de varejo já vinha acumulando um crescimento relativamente satisfatório, mesmo antes do início da pandemia, de 4% em relação mesmo período do ano anterior. Com a chegada da pandemia e fechamento dos demais serviços e comércio, esse crescimento acentuou para 9%.

Neste período, tivemos muitos problemas, principalmente com produtos da cesta básica, que devido à alta procura, (corrida dos consumidores com medo do desabastecimento), tiveram um aumento desproporcional e o mercado teve de absorver.

Porem nem tudo foram “flores”, os custos para nos mantermos abertos também cresceram proporcionalmente às vendas, e com um agravante, a falta de pessoal para contratar e para trabalhar, consequência dos inúmeros atestados de 15 dias mesmo sem a comprovação de casos positivos nas lojas, qualquer visita a uma UPA, o funcionário já tinha 15 dias de atestado. Somando-se aos gastos com horas extras, tivemos ainda que nos adaptar às novas normas de higienização, com EPIs e de uso coletivo, sanitizações diárias de equipamentos e locais de trabalho, testagem particular dos suspeitos. São custos que não existiam até então e como toda novidade, ainda são muito caros.

Existe alternativa para que se consiga atender à exigência de não aglomeração em mercados e supermercados?

Sim, claro que existe. Não só existe como temos orientado e cobrado nossos associados nesse sentido, por meio de controle o fluxo de pessoas por metro quadrado de loja, limitação na entrada de mais de uma pessoa por família nas lojas, disponibilização de álcool em gel não somente na entrada, mas em todos os setores das lojas. Além disso, demarcação no piso e o cumprimento das normas de distanciamento dentro dos nossos estabelecimentos, exigindo, ainda, uso de máscaras mesmo antes dos decretos, proibindo consumo e degustação de produtos dentro das lojas, entre outros.

Como o sindicato enxerga a atuação de nossos governantes nas tratativas para superar o atual momento?

Nos aproximamos de todos os gestores neste momento, sejam eles na esfera federal, estadual e municipal, e o que percebemos é um total desequilíbrio entre os poderes, uma falta de sintonia que prejudica a todos nesse momento, principalmente os mais afetados neste período, população em geral, comércio local e indústria.

De que forma o sindicato tem atuado para representar o segmento nas demandas políticas?

Temos dado voz e nome a todas as demandas do setor. Trabalhamos junto com a Federação do Comercio e intervimos diretamente nos projetos que, de forma direta e indireta, são propostos e que atingem nosso segmento. Para isso, contamos não somente com corpo jurídico da Fecomércio-MT, mas também da Associação de Supermercados (Asmat) e do nosso sindicato (Sincovaga).

Com reuniões mensais, nosso associado pode expor e propor aquilo que mais precisa para o melhor andamento do seu negócio e nos dá carta branca pra representá-lo junto às instituições e órgãos do governo.

Em âmbitos gerais, como o dirigente sindical tem atuado para melhorar sua representatividade?

Temos participado periodicamente de reuniões em esfera federal, estadual e municipal, para melhor representar o setor varejista e buscar o que for de melhor para nós. Realizamos, periodicamente, reuniões com os órgãos como Procon, Inmetro, Sema, Anvisa e TRT, para discutirmos não somente problemas relacionados ao setor, como também propondo novas demandas.

Ainda neste ano, fizemos um trabalho muito árduo junto a Sefaz-MT que implementou novo sistema de tributação no estado, que sem a nossa participação a carga tributária teria sofrido um aumento ainda maior. Temos participado de todos os fóruns, encontros e reuniões que são pertinentes ao setor, sempre colocando nosso ponto de vista e defendendo o empresário do varejo.

Fizemos uma feira de negócios, a Expo Ecos, que movimentou mais de 8.000 pessoas do setor em apenas três dias, com palestras, cursos técnicos e muita informação direcionada para o setor varejista. Fazemos parte ainda da Câmara Brasileira do Comercio e Serviços, em Brasília (DF), levando as demandas do setor e representando não somente o Sincovaga, mas também a Fecomércio-MT em âmbito nacional.

Além de tudo isso, fazemos parte do conselho do Sesc e Senac em Mato Grosso, onde se busca trazer sempre melhorias e cursos voltados para o setor.

O que a entidade sindical espera para um futuro próximo?

Já estamos trabalhando no novo modelo sindical, onde a contribuição sindical não seja obrigatória e sim voluntaria, uma contribuição em que o associado tenha retorno do seu investimento, o que, de uma forma pratica, é o que todo empresário busca. Um sindicato onde a obrigação não seja somente pagar e sim participar das decisões que afetarão diretamente o seu negócio.

Como a entidade vê a Fecomércio-MT nestes dois anos de gestão e como a representante máxima do comércio em Mato Grosso?

Esses últimos 02 anos foram um marco na forma de relacionamento entre a federação e sindicatos, fomos literalmente abraçados pela nova gestão. Hoje, podemos dizer que fazemos sim parte de uma federação, que se posiciona politicamente, mas sem partido, que luta e defende o associado, sempre nos dando a voz e o suporte necessário para juntos elevarmos não somente a entidade, mas também nossos sindicatos.  Temos uma parceria que vem cada vez mais se firmando baseados em confiança e respeito.

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